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NGI Breves impulsiona gestão no Marajó (PA)
O Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Breves, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tem se consolidado como um importante articulador de soluções para a gestão de Unidades de Conservação (UCs) no arquipélago do Marajó, no Pará. Atuando diretamente em quatro UCs — as Reservas Extrativistas (RESEX) Mapuá, Arióca-Pruanã e Terra Grande-Pracuúba, além da Floresta Nacional (Flona) de Caxiuanã —, o núcleo tem aprimorado estratégias que conciliam conservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
Carlos Otávio dos Santos, chefe do NGI Breves, destaca que a gestão integrada, apesar dos desafios logísticos e territoriais, tem se mostrado um modelo eficiente e necessário para a região. “Com a nossa experiência, observamos que o modelo do ARPA ainda precisa ser aprimorado para melhor atuação no Marajó, local que apresenta alta informalidade no que tange à prestação de serviços, mas, até o momento, é o programa que melhor oferece capacidade de operacionalização dos recursos”, afirma.
A atuação do NGI Breves se baseia em soluções práticas para atender às demandas de um território com características únicas. A formação de equipes locais, a instalação de bases operacionais flutuantes e o fortalecimento das relações com as comunidades extrativistas são alguns dos pilares desse trabalho.
Uma das ações em destaque é o levantamento atualizado das famílias moradoras da RESEX Terra Grande-Pracuúba, fundamental para garantir os direitos das populações tradicionais e orientar as atividades de manejo e conservação. “As atividades de levantamento de famílias moradoras é um bom exemplo prático e que está ocorrendo atualmente na RESEX Terra Grande-Pracuúba”, explica o gestor.
Equipes do ICMBio iniciaram o levantamento de famílias na Reserva Extrativista Terra Grande para Cuba, localizada em Marajó, Pará. Os agentes temporários, da própria comunidade, lideram o trabalho de coleta e organização de dados das famílias residentes que utilizam os recursos naturais da reserva. A plataforma Sisfamil está sendo utilizada para criar um banco de dados que permitirá identificar as famílias beneficiárias de políticas públicas específicas para a região. O processo envolve visitas domiciliares para a atualização das informações.
Nos últimos meses, o NGI também avançou na capacitação das comunidades. Na RESEX Arióca-Pruanã, moradores participaram de oficinas de prevenção a incêndios florestais, manejo sustentável e fortalecimento da governança local. Essas formações não só contribuem para a proteção dos recursos naturais, mas também ampliam a autonomia das populações extrativistas.
A busca por soluções estruturais também segue como prioridade. Com apoio do Programa ARPA, o NGI lançou, em 2024, um chamamento público para locação do imóvel que abrigará sua nova sede istrativa, ampliando a capacidade operacional e o atendimento às comunidades.
“A gestão integrada de unidades de conservação tem sido desafiadora, e quando se fala em gerir Unidades de Conservação no arquipélago do Marajó a situação fica ainda mais complexa, pois o território é muito complexo e dinâmico. O NGI Breves ainda é novo, e precisa se estruturar melhor no que tange à bases avançadas e aos equipamentos necessários para uma gestão, de fato, integrada”, pontua Carlos Otávio. Apesar disso, ele ressalta que as soluções construídas junto às comunidades e às instituições parceiras têm gerado resultados positivos e concretos.
O trabalho desenvolvido pelo NGI Breves reforça que a gestão compartilhada, com diálogo constante e soluções adaptadas às realidades locais, é fundamental para a conservação da Amazônia e para a valorização dos modos de vida das populações tradicionais.
O ARPA – Áreas Protegidas da Amazônia é um projeto do Governo do Brasil, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e tem o FUNBIO como gestor e executor financeiro. É financiado com recursos de doadores internacionais e nacionais, entre eles o governo da Alemanha por meio do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KfW), o Global Environment Facility (GEF, na sigla em inglês) por meio do Banco Mundial, a Fundação Gordon and Betty Moore, a AngloAmerican e o WWF.